PROVISÃO PARA RESCISÃO (Planilha de Custos)

Abaixo são os índices referenciais do TCU para a planilha inicial da PROVISÃO PARA RESCISÃO. Observe que na prorrogação no contrato os índices estatísticos se perderão para dar lugar aos custos efetivamente ocorridos no ano. Em seguida entraremos em mais detalhes sobre cada item pormenorizadamente.

Alguns  Acórdãos do TCU citam variáveis estatísticas do IBGE como o Acórdão TCU nº 6771/2009. Todavia, o IBGE não possui dados atualizados sobre ausência de trabalhadores. Essa problemática está sendo debatida no fórum, participe: https://www.licitacao.online/parametros-estatisticos-da-planilha-de-postos-de-servicos

 

4.4

Provisão para Rescisão

%

A

Aviso prévio indenizado

1 salário integral x (1 mês não trabalhado / 12 meses) x 5,5% estatística = 0,46%

0,46

B

Incidência do FGTS sobre aviso prévio indenizado

8% x 0,46% = 0,04%

0,04

C

Multa do FGTS do aviso prévio indenizado

(Remuneração + 13º salário + Férias + Adicional de férias) x 50% multa x 8% Fgts x 0,9 x 0,5 = 2,15
(1 Remuneração + 0,0833 13º Salário + 0,0833 Férias + 0,0278 Adic.Férias) x 0,5 Multa x 0,08 FGTS x 0,9 x 0,5 = 2,15

Fórmula não encontrada

Fórmula não encontrada

 

2,15
 

2,5Para os órgãos que trabalham com Conta Vinculada, a soma das multas do FGTS (itens C + F) deve ser igual a 5%

2

D

Aviso prévio trabalhado

[(1 salário integral / 30 dias) x 7 dias] / 12 meses = 1,94% é o índice

Base de Cálculo = Módulo 1 + Módulo 2 + 13º + Adicional de Férias

Cálculo: (Base de Cálculo) x 1,94%

*NÃO ESTIME PARA 60 MESES!!!

1,94

E

Incidência do submódulo 4.1 sobre aviso prévio trabalhado

(Submódulo 4.1) x 1,94%

Exemplo: 36,80% x 1,94% = 0,71% seria o índice

Base de Cálculo = Módulo 1 + Módulo 2 + 13º + Adicional de Férias

Cálculo: (Base de Cálculo) x 0,71%

0,71

F

Multa do FGTS do aviso prévio trabalhado

(Remuneração + 13º salário + Férias + Adicional de férias) x 50% multa x 8% Fgts x 0,9 x 0,5
(1 Remuneração + 0,0833 13º Salário + 0,0833 Férias + 0,0278 Adic.Férias) x 0,5 Multa x 0,08 FGTS x 0,9 x 0,5

Fórmula não encontrada

Fórmula não encontrada

 

2,15
 

2,5Para os órgãos que trabalham com Conta Vinculada, a soma das multas do FGTS (itens C + F) deve ser igual a 5%

2

Pois, bem. Vamos aos detalhes e readequações que devem ser feitas na prorrogação do contrato.

A) Aviso prévio indenizado:

Custa 30 (trinta) dias de trabalho. Ele é calculado considerando a probabilidade de acontecer mediante base estatística, normalmente pesquisando-se a RAIS para o serviço, entretanto essa estatística é oriunda de estudo do STF (fls. 187/199 – volume IV), que aponta 5,55% de empregados demitidos não trabalham durante o aviso prévio, citado no Acórdão TCU nº 1904/2007 Plenário. Fundamentação: art. 7º, inciso XXI, da Constituição Federal e art. 487 da CLT e Acórdão TCU nº 1904/2007 Plenário.

1 salário integral x (1 mês não trabalhado / 12 meses) x 5,5% estatística = 0,46%
Onde: 
5,55% = percentual de empregados demitidos que não trabalham durante o aviso prévio, de acordo com estudo do STF (fls. 187/199 - volume IV)

Recomenda-se que a adoção de metodologia de cálculo diversa seja devidamente demonstrada no processo em memória de cálculo com esclarecimentos baseados nos dados históricos da empresa. 

Na prorrogação: Somar os custos dos Avisos Prévios apresentados nos Termos Rescisórios (TRCT) efetivamente ocorridos e dividir por 12 meses para apropriar na planilha mensal. Não vai ficar mais nenhum índice na planilha porque a provisão estatística só existe na planilha inicial, portanto vai ficar na planilha apenas o valor do custo efetivo que a empresa teve.

 

B) Incidência do FGTS sobre aviso prévio indenizado

Não existe contribuição previdenciária sobre verbas não salariais (indenizatórias). Portanto, tratando-se de aviso prévio indenizado, só restou a incidência do FGTS.

8% FGTS x 0,46% = 0,04%

Fundamento: Súmula nº 305 do TST; Acórdão TCU 2.217/2010 Plenário, item 9.7.4, ipsis literis:

9.7.4. proponha aos contratados, com suporte no § 5º do art. 65 da Lei nº 8.666/93, a repactuação de preços de todos os contratos, visando excluir das planilhas de custos e formação de preços os custos decorrentes da incidência dos encargos sociais do Grupo “A” da planilha, exceto FGTS, sobre o aviso prévio indenizado e indenização adicional (Grupo “E”), porque essa incidência foi excluída, com a promulgação da Lei nº 9.528/97, que promoveu alterações na Lei nº 8.212/91, exigindo-se a compensação ou reembolso das quantias respectivas pagas desde o início dos contratos; (grifos nossos)

Na prorrogação: Somar os custos de FGTS apresentados nos Termos Rescisórios (TRCT) efetivamente ocorridos e dividir por 12 meses para apropriar na planilha mensal.

 

C) & F) Multa do FGTS

Corresponde ao valor da multa do FGTS indenizado (40%) + contribuição social s/FGTS (10%), que incide sobre a alíquota do FGTS (8%) aplicado sobre salário, férias e 13º salário.

O Anexo II da IN SEGES 5/2017 diz que deve ser retido 5% pra fins de multa do FGTS (trabalhado+indenizado) para a conta vinculada. Não se sabe a fórmula usada. 

Como a multa do FGTS voltou para 40% (foi retirado os 10% em janeiro/2020 que somava 50%) então, o COMPRASNET divulgou nota de que esse índice passou para 4%, mas novamente não divulgou a memória de cálculo (fórmula) e nem alteraram a IN ainda que manda reter 5%: https://antigo.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/noticias/1238-extincao-contribuicao-social-sobre-o-fgts 

Multa do FGTS do aviso prévio indenizado = 2%

Multa do FGTS do aviso prévio trabalhado = 2%

Pois bem, o que se sabia era o seguinte, que segundo a pesquisa RAIS, o empregado permanece mais ou menos 3 anos no emprego, dependendo do serviço pesquisado. Então, ao longo de 60 meses (prazo máximo que o contrato pode ser prorrogado) metade dos empregados já receberam aviso-prévio indenizado, daí fazemos a provisão com essa ponderação de 50% como ensinado na planilha do Comprasnet. No manual do Comprasnet diz-se que 10% (dez porcento) dos empregados pedem demissão, portanto eles não tem direito à multa nem ao saque do FGTS e daí a fórmula da provisão deve recair sobre os 90% (0,9) que recebem.

(Remuneração + 13º salário + Férias + Adicional de férias) x 50% multa x 8% Fgts x 0,9 =
(1 Remuneração + 0,0833 13º Salário + 0,0833 Férias + 0,0278 Adic.Férias) x 0,5 Multa x 0,08 FGTS x 0,9 = 4,30%
4,30% x 50% de ponderação = 2,15%

Mas, daí o total da multa do FGTS seria 4,30% (2,15% indenizado + 2,15% trabalhado) e não 5%.

Na prorrogação: Mantém! O FGTS é pago todo mês e a multa será sobre o montante dos depósitos.

 

 

D) Aviso prévio trabalhado

Custa 7 (sete) dias de trabalho. O empregado recebe o salário integral e tem direito a 7 (sete) dias de licença para procurar emprego.  O que se provisiona aqui não é o valor dos 30 (trinta) dias do aviso prévio porque este já está dentro da remuneração normal contida na planilha, mas o valor do custo dos 7 (sete) dias que deverá ser coberto por outro empregado. Base de cálculo: Módulo 1 + Módulo 2 + 13º + Adicional de Férias. Fundamentação: art. 7º, inciso XXI, da Constituição Federal e parágrafo único do art. 488 da CLT.

Índice: [ (1 remuneração integral / 30 dias) x 7 dias] / 12 meses = 1,94%

Observe que esse índice é fixo, não tem parâmetro percentual de estatísticas. Trata-se de uma provisão de 7 (sete) dias de trabalho e tem fórmula única.

Pulo do gato: O empresário dá aviso-prévio 23 dias antes de terminar o contrato para não pagar o substituto dos 7 dias! Na verdade, este custo nem sequer deveria ser provisionado.  

Acórdão TCU nº 3006/2010 Plenário (item 8.5.1 do relatório) citando Acórdão TCU nº 1904/2007 Plenário. O percentual mais adequado a este item da planilha é 1,94%, mas que deve ser pago apenas no primeiro ano do contrato, devendo ser excluído da planilha a partir do segundo ano, uma vez que só haverá uma demissão e uma indenização por empregado.

Esse custo é uma despesa não renovável. É completamente provisionada no 1º ano do contrato. Todavia, com o advento da Lei nº 12.506/2011, será computado 3 dias por ano trabalhado, conforme Lei nº 12.506/2011, após o primeiro ano do contrato, se prorrogado.

Na prorrogação: Antes da Lei nº 12.506/2011 esse índice deveria ser zerado na prorrogação do contrato, conforme Acórdão TCU 1904/2007 Plenário reiterado no Acórdão n. 1186/2017- TCU-Plenário, mas agora deve provisionar 3 (três) dias de trabalho por ano ao invés de 7 (sete) do primeiro ano. Este entendimento que não deve mais ser zerado consta no COMUNICA COMPRASNET 27/08/2012
 

Não queira argumentar que seu índice considerou um contrato de 60 meses porque a Administração vai considerar 12, pois o mesmo critério deve ser usado na planilha de todos os licitantes sob pena de violar o Princípio da Competitividade. Qualquer coisa abaixo de 1,94% vai fazer você perder dinheiro e não adianta esperniar depois.

 
Saiu um Acórdão do TCU nº 1.186/2017 Plenário que define e limita o percentual do aviso prévio trabalhado para as prorrogações de contrato para 0,194%! Veja que a orientação dessa e. Corte é contrária ao índice que estávamos ensinando aqui, vejamos:

9.2.   determinar   ao   Tribunal   Regional   do   Trabalho   da   6ª   Região   que,   nas   futuras contratações de  mão  de  obra  terceirizada,  esteja  expresso  na  minuta  do  contrato  que  a  parcela  mensal  a título  de  aviso  prévio  trabalhado  será  no  percentual  máximo  de  1,94%  no  primeiro  ano,  nos  termos  dos Acórdãos 1904/2007-TCU-Plenário   e   3006/2010-TCU-Plenário,   e,   em   caso   de   prorrogação   do contrato,  o  percentual  máximo  dessa  parcela  será  de  0,194%  a  cada  ano  de prorrogação,  a  ser  incluído por   ocasião   da   formulação   do   aditivo   da   prorrogação   do   contrato,   conforme   ditames   da   Lei 12.506/2011;

O empregado público deve obedecer as orientações do TCU, mesmo que discorde, sob pena de multa. Sugiro que deixe essa guerra para as empresas correrem atrás do prejuízo.

 

 

AVISO PRÉVIO TRABALHADO

ENTENDA O LIMITE DE 0,194% DO AVISO PRÉVIO TRABALHADO NAS PRORROGAÇÕES CONTRATUAIS DO TCU

Data máxima vênia, o e. TCU estabeleceu um índice inexequível porque não provisiona 3 dias de trabalho durante o ano, pois o índice de 1,94% não equivale a 30 dias de aviso prévio trabalhado, mas aos 7 dias que a empresa terá que substituir o empregado no final do aviso prévio trabalhado dele (art. 488 da CLT), basta olhar a fórmula. Se assim fosse, o entendimento do TCU estaria correto, pois 3/30 = 10%, mas não é o caso! Entenda que o aviso prévio trabalhado é igual à remuneração mensal do empregado.

Enfim, nesse diapasão do e. TCU, se a empresa colocou um valor menor do que 1,94%, o índice deverá ser readequado proporcionalmente para 3 (três) dias, pois a empresa deverá suportar qualquer "equívoco" na planilha. Para tanto divida aquele valor por 10% para provisionar os 3 (três) dias de aviso prévio adicional por ano, mantendo a proporção do equívoco de preenchimento da planilha com base no Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade, vejamos:

Fórmula de manutenção das proporções: Aviso prévio trabalhado% x 0,10

Por exemplo, se a empresa colocou 0,96% de aviso prévio trabalhado na planilha (ao invés de 1,94%), então o índice readequado será 0,96% x 0,10 = 0,096%.


ENTENDA A FÓRMULA CORRETA DO AVISO PRÉVIO TRABALHADO NAS PRORROGAÇÕES CONTRATUAIS (PARA FINS DIDÁTICOS)

Faça o que o TCU determinou. Todavia, continuaremos ensinando a fórmula correta do cálculo dos 3 dias trabalhados meramente para fins didáticos, vejamos:

[ (1 remuneração integral / 30 dias) x 3 dias] / 12 meses = 0,83%

Se a empresa colocou um valor menor do que 1,94%, o índice deverá ser readequado na mesma proporção para 3 (três) dias, pois a empresa deverá suportar qualquer "equívoco" na planilha. Para tanto criamos um método muito simples, utilize a fórmula de manutenção das proporções do aviso prévio trabalhado que criamos abaixo, ou seja, divida aquele valor por 7 (sete) para descobrir quanto custou a provisão equivocada de 1 (um) dia de trabalho e depois multiplique por 3 (três) para provisionar os 3 (três) dias de aviso prévio adicional por ano mantendo a proporção do equívoco de preenchimento da planilha com base no Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade.

Fórmula de manutenção das proporções: ( Aviso prévio trabalhado% / 7) x 3

Se você é empresário, consulte seu advogado sobre algum remédio jurídico cabível.

Observe que antes da Lei nº 12.506/2011 era para descontar a provisão do AVISO PRÉVIO TRABALHADO da planilha visto que já tinha sido pago no primeiro ano do contrato e só se paga uma vez, conforme entendimento do Acórdão TCU nº 1904/2007 Plenário. Entretanto, atualmente temos que provisionar os 3 (três) dias à mais de aviso prévio por ano mediante o novo ordenamento jurídico consoante o COMUNICA COMPRASNET 27/08/2012.

 

E) Incidência do submódulo 4.1 sobre  Aviso Prévio Trabalhado

(Submódulo 4.1) x 1,94% = 36,80% x 1,94% = 0,71% seria o índice. Este índice deve ser multiplicado pelo custo de referência do Aviso Prévio Trabalhado composto por: Módulo 1 + Módulo 2 + 13º + Adicional de Férias, essa é a base de cálculo. Base de cálculo: Módulo 1 + Módulo 2 + 13º + Adicional de Férias.

Índice: (Submódulo 4.1) x 1,94% = 36,80% x 1,94% = 0,71%

Se a empresa cotou um índice menor que 1,94% para o aviso prévio trabalhado, então deverá usar esse mesmo índice multiplicado pelo submódulo 4.1, pois a empresa deverá suportar qualquer "equívoco" na planilha.

Na prorrogação: 36,80% x  0,194% =  0,07% sobre a mesma base de cálculo. Caso a empresa não tenha cotado 1,94% para o aviso prévio trabalhado, devemos readequar essa fórmula. 
 
( Na prorrogação: 36,80% x  [ (1 remuneração integral / 30 dias) x 3 dias] / 12 meses = 36,80% x 0,83%0,31% sobre a mesma base de cálculo. Caso a empresa não tenha cotado 1,94% para o aviso prévio trabalhado, devemos obter o valor correto a ser aplicado os 36,80% do submódulo 4.1 mediante a fórmula de manutenção das proporções do aviso prévio trabalhado ensinado no item anterior. )

 

Indenização adicional

Serve para remunerar a Contratada no caso dela ter de demitir funcionário sem justa causa no período de 30 dias que antecede a convenção coletiva de trabalho, caso em que ela deve dar uma indenização adicional ao empregado. Considerações: Praticamente nunca ocorre. Verifique a data das demissões para comprovar essas ocorrências.

Cálculo: [1% x (1/12) x 100%] = 0,08%

Onde: 1% = percentual estimado conforme estudo do STF (dado estatístico); 1 = mês adicional e salário; 12 = número de meses do ano; 100% = salário integral. Fundamentação: §1º do art. 18 da Lei 8.036/90 e Acórdão TCU nº 1904/2007 Plenário.

Na prorrogação: Somar os custos de Indenizações adicionais apresentados nos Termos Rescisórios (TRCT) efetivamente ocorridos e dividir por 12 meses para apropriar na planilha mensal

 

 

OBSERVAÇÕES SOBRE A MULTA DO FGTS SOBRE O AVISO PRÉVIO

O manual do Comprasnet ensina essa fórmula na página 25:

Multa do FGTS do aviso prévio indenizado

Essa fórmula considera a provisão para 5 anos de contrato e que 10% dos empregados pedem demissão, portanto não teriam direito nem à multa nem ao saque do FGTS, então tem que abater esses 10% na fórmula e, por isso, considera-se apenas 90% desse valor (0,9) da provisão que é o restante dos empregdos que recebem a multa do FGTS.

0,08 x 0,5 x 0,9 x (1 + 5/56 + 5/56 + (1/3 * 5/56)) = 4,35%.

Onde: 0,08 é o Fgts; 0,5 a multa do FGTS; 0,9 empregados que recebem a multa do FGTS; 1 é a remuneração; 5/56 provisão do 13º; 5/56 provisão de férias e 1/3*5/56 a provisão do adicional de férias.

As fórmulas que consideram 5 anos de contato sempre são um pouco maior que as fórmulas que consideram 1 ano.

Já na planilha exemplo do Comprasnet ensina-se o cálculo com base no custo de referência da multa rescisória (essa base de cálculo é a mesma tanto para o aviso prévio indenizado como para o trabalhado) desta maneira:

Remuneração (100% ou 1)
(+) 13º Salário (8,33% ou 0,0833)
(+) Adicional de Férias (2,78% ou 0,0278)
(=) Custo de referência da multa rescisória

Desse custo de referência multiplica-se por 50% da Multa e 8% do Fgts. Depois a planilha fez uma ponderação de 50% porque segundo dados da RAIS metade das rescisões são indenizadas e metade trabalhadas ao longo de 60 meses (prazo máximo que um contrato pode ser prorrogado), variando mais ou menos 3 anos dependendo da "pesquisa RAIS para o serviço".

Data máxima vênia, ouso em dizer que esse cálculo da planilha está errado!

O correto seria:

Remuneração (100% ou 1)
(+) 13º Salário (8,33% ou 0,0833)
(+) Férias (8,33% ou 0,0833)
(+) Adicional de Férias (2,78% ou 0,0278)
(=) Custo de referência da multa rescisória

Pois, verifica-se a incidência do submódulo 4.1 (onde tem o FGTS) sobre a provisão de férias também. Veja a planilha!

Assim, vamos fazer a fórmula correta:

(Remuneração + 13º salário + Férias + Adicional de férias) x 50% multa x 8% Fgts x 0,9

(1 Remuneração + 0,0833 13º Salário + 0,0833 Férias + 0,0278 Adic.Férias) x 0,5 Multa x 0,08 FGTS x 0,9 = 4,30%

Observe que a Resolução CNJ nº 98/2009 determina a retenção mínima de 4,30% e máxima de 4,35% para provisionar a multa do FGTS. Normalmente essa variação é justamente entre a fórmula anual e a fórmula quinquenal. Portanto, conclui-se que a fórmula ensinada aqui está correta.

No caso, seria um índice de 2,15% para a multa do aviso prévio indenizado mais 2,15% do trabalhado, somando 4,30% no total.

Mas, aí vamos atualizar essa fórmula porque aqueles 10% caiu faz tempo, então não é mais 50%, mas 40% então vamos lá:

(Remuneração + 13º salário + Férias + Adicional de férias) x 40% multa x 8% Fgts x 0,9

(1 Remuneração + 0,0833 13º Salário + 0,0833 Férias + 0,0278 Adic.Férias) x 0,4 Multa x 0,08 FGTS x 0,9 = 0,0344 ou 3,44%
 
Vejam que não dá 4%, mas vamos apelar! Vamos dizer que ninguém pede para sair e a multa é devida para 100% das pessoas para ver se ajuda a chegar nos 4%:
 
(1 Remuneração + 0,0833 13º Salário + 0,0833 Férias + 0,0278 Adic.Férias) x 0,4 Multa x 0,08 FGTS = 0,0382 ou 3,82%
 
Nem assim! Jamais poderemos dizer que 3,82% arredonda para 4%.
 
Então, vamos tentar aquela outra fórmula dos 4,35% para esticar o máximo possível:

(1 + 5/56 + 5/56 + (1/3 * 5/56)) x 0,40 x 0,08 = 0,0387 ou 3,87%

Não dá 4%!!! Portanto, considerar 4% é dar 0,13% de enriquecimento ilícito para as empresas, mas é a norma.

Download: 

Comentários

Ponderação de 50% nas Multas do FGTS

Gostaria de saber onde consta esse índice de ponderação de 50% nas Multas do FGTS, se houver algum julgado do TCU ou em alguma IN. Me deparei com uma planilha onde o fornecedor aplicou os 5% (na verdade 4% em adaptação à Lei nº 13.932) do item 14 do ANEXO XII da IN 5/17 tanto na linha C quanto na F do módulo 3, totalizando 10% (8%). Até onde me lembro o valor deveria ser distribuído de modo que a soma das duas multas desse 5% (4% no caso), mas não encontrei em nenhum lugar essa justificativa de forma expressa, especialmente em relação aos 50%.

Manual do Comprasnet

Se você ler a página inteira vai ver que eu falo que consta no Manual do Comprasnet. Tem até o link. Veja que é 2% em cada, seu licitante dobrou o valor, está errado. Mande ele corrigir.

Provérbios 13:10 Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria.

Estatísticas demissões

"Por que o percentual da fórmula da multa API é de 90%? Se considera-se que 5,5% são demitidos desta forma, não da para entender.

10% pedem pra sair

Quando a pessoa pede para sair ela não recebe aviso prévio. Se 10% pedem para sair então o restante é 90%, entende agora?

Provérbios 13:10 Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria.

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